quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Hoje acordou um gigante adormecido. Gigante pelo coração enorme com que abordo este tema mas há muito sem novidades! Ao que parece um anónimo entusiasmado viu e gostou e isso deu-me vontade de limpar as teias de aranha e voltar a escrever!

O Equilíbrio das Abelhas

Muitos anos tinham passado na aldeia de Tur. Toda as pessoas viviam dos campos mas principalmente do delicioso Mel que as abelhas cultivavam. Era uma aldeia muito acolhedora, em cada casa havia broa de Mel e chá, recebido com um sorriso.

Uma aldeia vizinha, a aldeia de Ter, era muito diferente. Não gostava do doce Mel e vendia flores com espinhos, gozando dos compradores que apreciando as flores se picavam violentamente.

As abelhas que roubavam o pólen em Ter eram as mesmas que produziam o Mel para Tur. "Como podia ser?" Perguntavam-se os anciãos das duas aldeias, como poderiam as abelhas conviver dos dois lados quando as pessoas eram tão diferentes em comportamento.

As abelhas não se preocupavam com estas coisas das pessoas, porque elas sabiam que não podemos ser excessivamente doces, nem excessivamente amargos... Para o sabor estar no ponto é preciso ter um bocadinho de cada. Os dias sabem a nada se nos esquecermos dos diferentes gostos das coisas, mas sempre sem indigestão!

Elas tentavam ensinar aos anciãos que o segredo estava no balanço entre os sabores. Que as pessoas só podiam ser completas se reconhecessem as diferenças! Em vez de morarem em aldeias diferentes, podiam conhecer as beleza por entre os espinhos das flores e arriscarem-se a partilhar o doce do Mel.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Borboleta (contadores de histórias)


A Borboleta
Todas as manhãs o Nuno ia sentar-se naquela varanda. A avó estranhou e perguntou-lhe:
- Porque te sentas sempre nesse local?
- Venho conversar com uma borboleta minha amiga - respondeu o Nuno.
- Devem ser umas conversas lindas - disse a avó.
- E são. Sabes, avó, a borboleta é cega, mas conhece muito bem esta varanda e a nossa trepadeira. Conta-me as suas festas, os seus bailados, as passagens de modelos que faz com as amigas...
- Nunca te contou os sustos e medos por que tem passado? - continuou a avó.
- Contou, sim, avó. Foi por causa de um desses sustos que nos conhecemos e ficámos amigos. Ela vinha a fugir de uma menina que queria apanhá-la para a sua colecção. Já muito cansada, sentiu o cheiro das rosas da trepadeira desta varanda e veio esconder-se entre as flores. Como é cega não percebeu que eu estava aqui sentado.
Quando me sentiu, assustou-se e a tremer pediu-me, por tudo, para não lhe fazer mal, nem lhe tirar a liberdade de poder voar. Sosseguei-a, dizendo-lhe que nunca lhe faria mal e que poderia, sempre, refugiar-se na trepadeira da nossa varanda, quando estivesse cansada ou corresse perigo.
Eu só estaria ali para admirar as suas cores ao sol e os seus lindos bailados. Então, a bela borboleta disse-me que era cega e que a trepadeira, com o seu cheirinho, ajudava-a muito a orientar-se. Ficámos amigos e a borboleta passou a vir todos os dias bailar para mim e contar-me as suas aventuras.
A avó, emocionada, disse:
- É uma linda história. Mesmo cega, a linda borboleta gosta de ser livre e de voar por aí, sem se enganar no caminho. Os animais, como as pessoas, amam a sua liberdade e merecem ser respeitados.
- Avó, vou contar-te um segredo: A borboleta já não vem sozinha. Traz com ela uma borboleta mais pequenina. É igualzinha à mãe, mas vê muito bem.
Teresa Cavaco
ASSOCIAÇÃO "NÓS COM A DEFICIÊNCIA RUMO À CIDADANIA"

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Um Céu cheio de Cor

"Todas as noites eram iguais naquela aldeia, com um céu cheio de estrelas coloridas que faziam as pessoas sonhar."

Quando o ursinho ouviu esta história ficou muito curioso. No topo da sua gruta a noite era escura e as estrelas, embora belas e cintilantes, só poderiam ser brancas. Sim, porque para o ursinho as estrelas só poderiam ser brancas. E ele não percebia porque é que naquela aldeia em especial as estrelas eram azuis, verdes, vermelhas, amarelas, rosa, laranja... de todas as cores!
Perante a curiosidade, o pequeno urso decidiu calçar umas botas e pôr a mochila, preparar a máquina fotográfica e partir à descoberta desta aldeia mágica!


Quando iniciou o caminho teve que descer toda a colina que dava da sua aldeia para o lago. Pelo caminho foi encontrando árvores de diferentes alturas, formas e folhagem. O ursinho decidiu fotografar cada nova árvore, recordando o seu cheiro e textura.

Nas margens do lago pediu boleia a um barqueiro que ia de passagem e fez a sua travessia calmamente, apreciando os pequenos peixes que saltitavam nas águas. Logo se dedicou a disparar a sua máquina, gravando nas fotos a alegria dos pequenos peixes dançantes.

Continuou o seu caminho cruzando uma seara dourada, onde rastejavam pequenos bichos de pele nua e escamosa. Ao urso não podiam faltar os flaches da máquina para recordar estes bichos tão estranhos para o urso.

Passando de terras douradas para verdejantes, acompanhava as corridas dos veados, que ao longe brincavam. O Urso sorriu e gravou também estes momentos na sua máquina fotográfica.

Andou... Andou...
Até que já fazendo noite, e estando o ursito cansado de caminhar, decidiu deitar-se no prado e descansar, de barriguita pra cima... Fechou um pouco os olhos, ouvindo as canções das cigarras. Abriu-os depois lentamente, quase como que despertando de um sono profundo, e pelo meio da névoa foi descobrindo no céu cores, muitas cores e brilhantes.
Oh, eram as estrelas coloridas que ele tanto tinha ouvido falar. O ursinho ficou naturalmente apaixonado, embriagado por aquele céu estrelado. Era lindo, cheio de cor e de vida. Cada estrela tinga um sorriso diferente, como se fossem pessoas tão diferentes e por isso mesmo se complementavam tão bem. O Céu era lindo, um autêntica composição de alegria e vida.
Embalado pela beleza deste céu deslumbrante, o ursinho deliciou-se e adormeceu com um sorriso no coração.

De manhã quando acordou, espreguiçou-se nas ervas e só depois se lembrou que tinha a máquina fotográfica bem ali ao lado e nem sequer lhe tinha tocado para depois poder mostrar aos seus amigos que as estrelas coloridas efectivamente existiam.
Nesse momento o ursinho percebeu que os momentos realmente importantes na nossa vida deixam marcas que ultrapassam as telas da fotografia... ficam para sempre gravadas no nosso coração!

domingo, 11 de novembro de 2007

A menina de cabelo Azul


Hoje a manhã acordava como qualquer outra, cheia de sol e de vida. E ainda com olhinhos ensonados, a menina de cabelo azul despertava os braços para o alto, abraçando o mundo.

Esta era uma menina muito especial, não só por ter o cabelo azul, mas porque todos os dias, punha o seu chapéu de palha na cabeça e dançava com os pássaros. Saía para o pátio e dançava pelos caminhos e campos até deitar nas searas e dizer: "Sou tão bonita como o céu - sorria - por isso os passarinhos gostam tanto de mim!"
Esta menina era feliz porque vivia debaixo das asas de tantos passarinhos que a faziam sonhar e sorrir.

Todos os dias, bem antes de ir para a escola, repetia a mesma dança com os passarinhos, e todos na aldeia saudavam a menina azul e sua doce alegria.

Um dia, os pais da menina de cabelo azul fizeram uma grande viagem para conhecer a cidade. A menina viajava encantada com os prédios altos, as luzes tão brilhantes a rasgar os céus e as pessoas que, segundo ela: "Passavam dançando umas pelas outras, tão depressa, que nem dava tempo pra dizer olá."
Os Pais e a menina de cabelo azul gostaram do brilho da cidade e foram ficando por lá...

A menina conheceu uma nova escola, onde os meninos tinham sempre o cabelo castanho, alguns mesmo bem escuro... E a menina perguntava-se porquê? "Porque é que estes meninos não são como os da minha aldeia que tinham o cabelo às cores?
Lá na minha aldeia, havia o menino de cabelo dourado, que rolava nas searas de trigo até se tornarem um só!
A menina de cabelo vermelho, que passava os dias pendurada nas cerejeiras a deliciar-se com o sabor das cerejas e a fazer brincos de princesa.
O menino de cabelo verde, que se dedicava a construir casas dentro das árvores mais verdes e frondosas.
E a menina de cabelo côr-de-rosa, que dançava no meio das flores rosa, como se estivesse num conto de fadas!"

Então a menina de cabelo azul descobriu que os meninos da cidade não tinham o cabelo às cores porque não tinham sonhos. Viviam dentro de casas fechadas, cheios de computadores e consolas de jogos... sem construir os seus próprios sonhos. Limitavam-se a viver aquilo que lhes impunham, sem criarem o seus pequenos mundos de fantasia...
Até a menina de cabelo azul já começava a perder a cor do seu cabelo porque não consegui ver os passarinhos como dantes.

Um dia, a menina de cabelo azul teve uma ideia muito bonita e levou os seus colegas de escola a visitar a sua aldeia. Aí eles descobriram que também podiam criar o seu próprio mundo de sonhos, desenhando todos juntos um belo arco-íris!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Ao lado da cadeira de baloiço

Olá, como estás? Espero que bem...

É a primeira vez que visitas o blog? Ainda bem, pois também foi ainda agora que acabei de preparar a sala pra te receber. Recolhi o maior número de almofadas que tinha, juntei uma mesa no centro (com algumas surpresas) e claro está preparei a cadeira de baloiço!

Mas aproxima-te, senta-te aqui nesta almofada ao lado do meu baloiço. Será a partir dele que todas semanas te vou contar uma nova história, tal como as avós faziam aos netos nos contos de "Era uma vez..."
E para animar os nossos momentos de leitura, preparo também algo para pôr na mesa: um doce, um mimo... Uma surpresa que aqueça o coração.

Conto contigo para participares nos nossos momentos de leitura e partilha, porque as palavras não se fazem apenas a uma voz.


Entretanto, visita também alguns dos amigos "Blogs com histórias!"

E até já...